sexta-feira, 18 de novembro de 2011

LUZ NEGRA no Festival Internacional de Artes Cênicas

         
acessem e vejam toda a programação do festival:

Luz Negra

Rino Carvalho - Teatro - Salvador 

Teatro Sesi Rio Vermelho
26/10 e 27/10, às 20h
Duas cabeças decepadas dos seus corpos gritam desesperadamente numa tentativa de compreender a crueldade e a insensibilidade dos homens. Essa é a tônica do texto premiado do salvadorenho Álvaro Menen Desleal (1931-2000), Luz Negra, que propõe uma reflexão sobre esse mundo individualista, globalizado e paradoxal, no qual a emoção e a sensibilidade são consideradas uma pedra no caminho. Essa encenação usa do realismo fantástico para propor uma atmosfera visual e provocar no público uma reflexão sobre os valores humanos, a partir do conflito entre razão e emoção. 
Rino Carvalho é bacharel em Artes Cênicas/Direção Teatral pela Ufba e tem habilitação profissional para ator pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul (SP). Sua estética é marcada pela Comédia Del'Arte, Teatro de Rua, Clown e a Dança-Teatro, técnicas desenvolvidas na Oficina Cultural Amácio Mazzaropi,  Escola Livre de Teatro de Santo André, Método de Gerald Thomas e Amir Haddad (SP), Luiz Carlos Vasconcelos (PB) e Ciane Fernandes (BA). A soma dessas experiências tem resultado em espetáculos de apelo visual, a exemplo deEsperando Godot – Detalhe, que conquistou o Prêmio Copene de Teatro, na categoria Revelação de 2000.
Texto: Álvaro Menen Desleal
Direção: Rino Carvalho
Elenco: Caíca Alves, Evelin Buchegger e Leonardo Mineiro
Trilha sonora: Sil Partucci e Alan Carvalho
Desenho de luz: Irma Vidal e Tié Valente
Cenografia: Euro Pires
Figurino: Rino Carvalho
Maquiagem: Marie Tauront
Produção: elenco
Língua: português


 Um Comentário para “Luz Negra”

  1. Nossa!!!!!! Assisti essa peça no último dia da temporada e fiquei maluca pois saí muito impressionada e queria que muitos amigos meus assistissem. Estava muito ansiosa para que voltasse a cartaz. Que grata surpresa vê-la nessa programação!
    O espetáculo é impressionante e lindo, indico a todos. Sai de lá gritando AMOR… AMOR… AMOR…
    luz negra é reflexivo e imperdível, pois o mundo precisa mesmo de muito AMOR!!!!!!!!!!!

    Clique para ampliar e ver outras imagens Luz-Negra_credito--Ricardo-Prado_6

quinta-feira, 21 de abril de 2011

MEIA ENTRADA PARA TODOS NA SEMANA SANTA!!! IMPERDÍVEL

NO SÁBADO DE ALELUIA E DOMINGO DE PÁSCOA

!!!ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES DE LUZ NEGRA!!!

NO TEATRO SESI RIO VERMELHO ÀS 20H.

***MEIA ENTRADA PARA TODOS: R$ 10***



“Espetáculo esteticamente bem cuidado e com bom desempenho dos intérpretes(...) tem direção segura e eficiente de Rino Carvalho, que conduz o espectador para uma atmosfera de realismo fantástico, sombria, inquietante.”

Eduarda Uzeda Jornal A Tarde   (****)

"Espetáculo Luz Negra se destaca pelo apuro estético:Inspirada no realismo fantástico, a obra desconserta a platéia e a coloca para pensar sobre o que é a passagem pela vida e o seu fim."

Luciana Acciolly Soterópolis TVE


“Com uma montagem bastante inusitada que intriga e encanta, o espetáculo Luz Negra apresenta interpretes que impulsionam o público à reflexão sobre a crueldade e a insensibilidade das pessoas."         

Alda Valéria Diretora Teatral no site do Sindicato dos Bancários


assista à chamada no youtube:

sábado, 16 de abril de 2011

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES EM SALVADOR!!! ATÉ 24 DE ABRIL


Estamos chegando ao final da temporada! Serão realizadas quatro últimas apresentações em Salvador: Hoje e amanhã (16 e 17/04)  e nos dias 23 e 24 de Abril, sempre às 20h no TEATRO SESI RIO VERMELHO.



A TODOS QUE SENTEM URGÊNCIA DE AMOR NESSE MUNDO ABSURDO QUE CONSTRUÍMOS!


Venham conferir a inquietante montagem de RINO CARVALHO para o premiado texto do dramaturgo salvadorenho Álvaro Menen Desleal. Com CAÍCA ALVES, LEONARDO MINEIRO e EVELIN BUCHEGGER* indicada ao prêmio brasken na categoria melhor atriz.


sábado, 9 de abril de 2011

sobre LUZ NEGRA, por Adelice Souza

Há uma frase de Maffesolli que diz que “o imaginário é uma realidade”. Então a arte, produzida pelo imaginário, é real? Deparei-me com este pensamento ao assistir a peça Luz Negra, no Teatro Sesi. O dramaturgo salvadoreño, Álvaro Menén Desleal, propõe um universo descrito como “realismo fantástico” ao elaborar um diálogo entre duas cabeças desprovidas de um corpo. A proposta estilística é muito própria aos escritores latino-americanos como Cortazar, Borges, Garcia Marques, entre outros. E é evidente que eles usam imagens lidas como fantásticas, maravilhosas ou absurdas para tratar de uma realidade que não poderia ser tratada de outra forma, uma vez que são fantásticas, maravilhosas, absurdas e cercadas de todo o perigo da vida real que as alimenta. Assim, de uma forma real e concreta, a montagem de Luz Negra traz para o palco visões e transfigurações de um universo que nos parece utópico porque não é reconhecido como realidade imediata e, no entanto, eu, espectadora, encanto-me ao ver que o teatro ainda é este lugar privilegiado da possibilidade de criar mundos. Não somente a transposição de nossas realidades psíquicas, como aquelas que construímos ao ler uma obra literária. Mas mundos imaginários, realidades psico-físicas improváveis que se tornam concretas num palco e nos arrebata. Luz Negra, por se tratar de um texto “não-realista” deixa evidente esta discussão, revelando interpretações delicadas e profundas de todos os profissionais envolvidos, desde a primorosa direção que cria no palco um mundo mágico que nos desloca no nosso vão cotidiano, passando pela atuação dos atores, criando sensibilidades nas suas partituras vocais e corporais, até as imagens, cores e sons elaborados pelos outros elementos do espetáculo. De Luz Negra vem a força e a certeza da possibilidade do teatro de nos surpreender criando mundos que só seriam possíveis lá, em  seu espaço encantado de luz e sombras.

ADELICE SOUZA nasceu em 1973 e mora em Salvador (Ba). É diretora teatral, arte-educadora e ensina na Faculdade de Teatro da UFBa. Em 2001, ganhou o Prêmio Copene de Literatura, publicando seu primeiro livro de contos "As Camas e os Cães" (Editora Casa de Palavras). Este mesmo livro, em 2002, ganhou o Prêmio José Alejandro Cabassa (União Brasileira dos Escritores- RJ). Em 2003, ganhou o Concurso de Contos do Banco Capital com "Caramujos Zumbis", seu segundo livro. No teatro, dirigiu, entre outros - Jeremias, o Profeta da Chuva (14° montagem do Núcleo de Teatro do Teatro Castro Alves 2009), Na Solidão dos Campos de Algodão (2003), De Alma Lavada (1999), Hamlet-Machine (1997)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Relato pessoal sobre o espetáculo teatral Luz Negra, por Elaine Cardim

Ao entrar no teatro, a luz verde, acinzentada pela fumaça, me transportou para um lugar que não este da realidade. Depois, na escuridão, uma profusão de palavras ditas por várias vozes ansiosas (ou seriam apenas duas?) que não estabeleciam diálogo algum. Quando a luz revelou, sombriamente, o cenário e as cabeças cortadas no chão, fui invadida por uma série de imagens e sensações que guiaram minha leitura sobre o que estava vendo.
Que lugar seria este? Um deserto, um lugar do nada? Seria real? A árvore seca me remeteu à Esperando Godot (Samuel Beckett). Estariam também essas cabeças esperando por algo?
Com as cabeças cortadas, paralisadas por sua condição de sem corpos, os olhos e a voz eram os únicos meio de expressão do homem e da mulher. O que aconteceu com eles? Por quê cortaram suas cabeças? Seriam bandidos, heróis ou simplesmente vítimas de algum infeliz acaso? Apresentaram-se, não era um casal. Não se conheciam antes. Mas, agora, só tinham a eles próprios e, como não morriam, ou morriam muito lentamente – já que as cores de suas faces apresentavam sinais de podridão de sua carne – uma relação de mútua dependência, para assegurar a companhia no momento de morte, se estabelecia. Mas o vínculo era de ordem prática, um acordo estabelecido entre eles para encontrarem uma possibilidade de saída desta condição: juntos iriam gritar, chamar a atenção de quem se aproximasse para que visse que eles estava ali. Não parecia haver nenhum sinal, nenhuma possibilidade de afeto entre as cabeças. Talvez pelo fato de não poder se aproximar, nem se afastar, um do outro. Talvez, pela falta de seus corpos, estavam isolados da natureza dos sentimentos.
Mas, como dizem os cientistas, os sentimentos não são produzidos pelo cérebro? Mas, então, sem os corpos, as cabeças não seriam como tubos de ensaio isolados no laboratório, sem possibilidade de despejar seu conteúdo e, assim, produzir a reação necessária para existência de sensações? Então, apesar de vivas, as cabeças, cortadas, pareciam desprovidas de qualquer sentimento – inclusive diante de sua realidade de vida/morte.
Combinam o grito. Mas o quê gritar? A sugestão de gritar “merda!” foi substituída pela palavra “amor!”. Esperam alguém se aproximar. A cabeça-mulher, numa impressão duvidosa, parece sentir o corpo mexer. Será uma lembrança? Sutilmente vemos um braço se mexer no cenário. A paisagem muda. No lugar do nada surge da terra um imenso corpo inteiramente branco sem cabeça. Essa imagem cria em mim o espanto.
Aceito a existência das cabeças cortadas, mas fico perplexa ao ver o corpo sem cabeça. O cenário, que expõe as cabeças dos atores, me possibilita imaginar seus corpos sentados dentro da estrutura criada, mas como o ator, em pé, fica sem cabeça? Já vi inúmeros filmes com personagens sem cabeça, cabeças cortadas sendo erguidas pelos cabelos, corpos mutilados etc. Atualmente, um sem número de recursos tecnológicos lança o cinema em um universo criativo sem limite. Mas a condição de acontecimento do teatro, estabelecida no espaço-tempo presente, entre o ator e o espectador, construiu em mim outra leitura dessa imagem.
Pela impossibilidade de ver o que via, o corpo sem cabeça vivo revela em mim uma essência espiritual. Ele não é humano. Há algo de divino em sua condição. Então, através do jogo teatral estabelecido neste espetáculo, o corpo se impõe sob as cabeças. Seu tamanho, a possibilidade de locomoção e seu aparecimento mágico me revelam um poder de manipulação que parece ter sob as cabeças cortadas (fragilizadas pela impossibilidade de ação).
Após o seu surgimento, o corpo pega um elemento vermelho, que estava preso na árvore seca, e coloca-o na boca da cabeça-mulher. Com este gesto, elimina da cabeça uma das duas possibilidades de sua expressão. Em outra aparição, tira o objeto vermelho da boca e revela um lenço vermelho que, agora, cobre toda a cabeça-mulher. Ela não pode ver mais. Numa referência dialética ao fruto bíblico, retirado da árvore do conhecimento, a mulher come a maçã, mas não enxerga a sua nudez. Diante da revelação dos mistérios divinos, ela passa a conhecer sua condição, porém se cega, imobiliza-se. A ausência de seu corpo (imagem e semelhança divina) lança a cabeça em um limbo onde o conhecimento ecoa no vazio de qualquer sentido.
O corpo do ator que, agora sentado, revela sua cabeça, não tem face. Seus gestos, com apenas um dos braços, são sutis e parecem desenhar no espaço suas palavras. Assim, transforma a energia vibratória do som em realidade concreta para os olhos. Suas palavras são corporificadas. A forma como ele está sentado me remete ao Adão de Michelangelo. Então, sinto que ele não é o próprio deus. Talvez um intermediário ou, talvez, o corpo sem sua cabeça tenha esta característica própria de espiritual. Seja como for, ele também não parte. Permanece no lugar desértico junto com as cabeças. Cabeça e corpo, cenicamente separados, são fantasmas de sua natureza indivisível.
Ao final, o quadro vivo das cabeças cortadas gritando “amor!” provoca uma sensação de que o que vejo pertence à esfera de uma essência humana. Apesar de conseguir visualizar esta imagem, somente através do jogo teatral que o espetáculo propõe fui lançada em seu espírito. Assim, toda forma de descrevê-la será inútil.
Um trabalho realmente belo que enriquece o panorama do nosso teatro ocidental. Parabéns aos artistas de Luz Negra. Espero que o espetáculo circule por muitas praças!!!

Elaine Cardim é Atriz, Produtora Cultural e Arte-Educadora. Bacharel em Interpretação Teatral, pela Escola de Teatro da UFBA/1999 onde, atualmente, é professora substituta. Estudante do Mestrado no Programa de Pós- Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Ganhadora do Prêmio Braskem de Teatro 2008 como Melhor Atriz Coadjuvante com o espetáculo “Policarpo Quaresma” com direção de Luiz Marfuz. Entre os espetáculos em que atuou, destacam-se: “InSônia”, direção Hebe Alves; “A Era Clown – É Tempo de Palhaço”, direção Alexandre Casali; entre outros. 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sábado agora!!! 19 de Março no TEATRO SESI RIO VERMELHO

Não percam a NOVA TEMPORADA do espetáculo teatral
 LUZ NEGRA

do premiado texto do dramaturgo salvadorenho Álvaro Menen Desleal


Após temporada 2010 no Teatro do Movimento e no Portela Café, volta ao Rio Vermelho (TEATRO SESI) o inquietante universo concebido por RINO CARVALHO, com CAÍCA ALVES, LEONARDO MINEIRO e EVELIN BUCHEGGER - indicada ao Prêmio Brasken de Teatro (Melhor Atriz)

Estamos reativando o Blog para mantê-los informados de todas as novidades da temporada dessa peça que deu o que falar em 2010. Aguardem em breve, aqui, detalhes dessa montagem, concepção, cenário, elenco...

AGUARDAMOS A SUA PRESENÇA: SÁBADOS E DOMINGOS ÀS 20h NO TEATRO SESI RIO VERMELHO!!!

Amor!